Feirantes consideram inviável consórcio para estabelecer agroindústrias em Caxias

Postado em 22/09/2017

Produtores rurais que participam da Feira do Agricultor de Caxias do Sul consideram inviável a possibilidade de formar consórcios para estabelecer agroindústrias na cidade. A constituição de agroindústria é necessária para cumprir a exigência legal para comercializar produtos industrializados ou semi-industrializados, como aipim descascado, moranga descascada, geléias e queijos. No meio do ano, a prefeitura de Caxias enviou um comunicado aos feirantes informando que a comercialização desses produtos seria proibida a partir de 15 de agosto; depois de protestos e um abaixo assinado, a prefeitura suspendeu temporariamente a decisão de proibir os produtos enquanto é buscada uma solução.

A sugestão da Vigilância Sanitária de Caxias do Sul aos agricultores é que se associem em grupos para estabelecer agroindústrias. Isso porque uma das dificuldades que os feirantes apontam é a de que a produção não é suficiente para viabilizar o investimento necessário para construir as instalações exigidas para uma agroindústria. 

O presidente da Associação dos Feirantes (Assofei), Rogério Bridi, afirma, no entanto, que esse modelo é inviável para os agricultores que participam da feira. Diferente de produtores rurais da região do Vale do Caí, por exemplo, que produzem aipim e são vizinhos, Bridi aponta que os feirantes que comercializam produtos semelhantes em Caxias têm as suas propriedades distantes umas das outras, o que inviabilizaria a constituição de agroindústrias comuns por conta de uma dificuldade de logística.

Segundo Ricardo Capelli, coordenador do programa Estadual de Agroindústria Familiar na Emater da Serra, de fato, é inviável para os agricultores em Caxias adotarem esse modelo. Ele aponta, porém, que o município precisa aplicar o que a legislação vigente prevê. Capelli concorda que a legislação não é viável para uma produção pequena como a que os feirantes têm. Segundo ele, seria possível avaliar a possibilidade de uma revisão da lei, que insira produções menores, sem deixar de observar as exigências sanitárias.


Fonte: Gauchazh