Agronegócio tem sete entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil em 2017
Postado em 04/01/2018
A exemplo do que tem acontecido nos últimos anos, a soja foi o grande destaque na pauta exportadora brasileira em 2017 e a China continuou sendo o maior mercado para a oleaginosa nacional. As vendas para o gigante asiático geraram receita no montante de US$ 25,718 bilhões, com uma alta de 34,1% em relação ao ano de 2016. Isoladamente, a soja em grãos respondeu por 11,8% de um total de US$ 50,178 bilhões exportados para os chineses em 2017.
O trio dos principais produtos embarcados para a China no ano passado contou com a participação do minério de ferro (exportações no total de US$ 19,199 bilhões e participação de 8,8% nas vendas totais aos chineses) e do petróleo em bruto (com vendas no montante de (US$ 16,625 bilhões, correspondentes a um percentual de 7,6% nas exportações para o mercado chinês).
Em quarto lugar entre os principais produtos vendidos aos chineses aparece o açúcar em bruto, com um total de US$ 9,042 bilhões. Graças a uma alta de 10,1% comparativamente com o ano de 2016, o açúcar foi responsável por 4,2% de todo o volume embarcado pelo Brasil para a China.
Graças a um aumento de 43,9% nas exportações realizadas no ano passado, os automóveis foram o quinto item mais vendido pelo Brasil no exterior, com uma receita de US$ 6,670 bilhões, correspondentes a 3,1% do total exportado pelo país no ano passado.
A relação dos dez principais produtos negociados pelo Brasil em 2017 contou ainda com a participação de outros quatro produtos do agronegócio: carne de frango, celulose, carne bovina, farelo de soja e café em grãos.
Com um aumento de 9,0%, as exportações de carne de frango geraram receita no total de US$ 6,428 bilhões (participação de 3,0% nas exportações totais do país), enquanto as exportações de celulose renderam US$ 6,345 bilhões (2,9% do total exportado). A carne bovina (receita de US$ 5,075 bilhões), o farelo de soja (vendas no montante de US$ 4,973 bilhões) e o café em grãos (exportações no valor de US$ 4,600 bilhões) foram, respectivamente, o oitavo, nono e décimo produtos mais embarcados pelo Brasil para os mercados no exterior.
Agronegócio amplia peso na balança, mas 2018 pode ser menos favorável
Por Mauro Zafalon, na Folha de S. Paulo
O excepcional ano de 2017 da agricultura e da pecuária refletiu na balança comercial brasileira. A produção de grãos foi recorde e a de carnes, apesar dos sérios problemas ocorridos no setor durante o primeiro semestre, permitiu um ritmo acelerado às vendas externas.
Os dez principais produtos da agropecuária geraram receitas de US$ 77,4 bilhões no ano passado, 15% mais do que em 2016. Apenas esses produtos foram responsáveis por 36% das receitas totais do país com as exportações.
O bom desempenho de 2017 poderá não se repetir em 2018. Um novo aumento de receitas terá de vir dos preços externos e não de volumes. As primeiras estimativas de produção indicam recuo na safra brasileira neste ano. Já as perspectivas para os preços externos, devido à oferta crescente de alimentos, também não são de elevação.
Qualquer interferência climática em uma das regiões produtoras, no entanto, muda completamente o cenário para o agronegócio.
LÍDER
Em 2017, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) voltou a liderar a balança comercial brasileira. Safra elevada e demanda externa aquecida foram responsáveis pela entrada de US$ 31 bilhões no país. Esse valor supera em 25% o do período anterior.
A participação da soja foi intensa na balança durante todo o ano de 2017. O produto obteve a terceira posição entre os itens mais exportados no mês passado, um período de vendas externas tradicionalmente fracas. Em dezembro de 2016, a soja havia atingido apenas a sétima posição.
As carnes, considerando apenas o produto "in natura", também tiveram um bom desempenho. As exportações somaram US$ 13 bilhões, 12% mais do que no período anterior. O frango lidera em valor, mas foi a carne bovina que teve a maior evolução das receitas no período: mais 18%.
O açúcar, com vendas externas no valor de US$ 11,4 bilhões no ano passado, também ajudou a sustentar o saldo comercial do agronegócio. Esse valor poderia ter sido maior não fossem as oscilações externas de preços.
Com presença entre os principais itens do setor, o café foi um dos poucos produtos a perder receitas no ano. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam divisas de US$ 4,6 bilhões no ano passado, 5% menos do que em 2016.
Dois outros destaques na balança foram celulose e milho. No caso do cereal, o Brasil parece ter encontrado o caminho externo para o produto, que teve receitas de US$ 4,6 bilhões.
As exportações de celulose, devido à crescente produção nacional, tiveram receitas de US$ 6,35 bilhões, segundo a Secex.
Fonte: noticiasagricolas