Estudo do IAC revela as novas práticas de renovação dos canaviais

Postado em 15/05/2020


Em 2020, esse levantamento foi respondido por 145 empresas produtoras de cana-de-açúcar em todo o Brasil.

Nos últimos quatro anos o Programa Cana IAC, pertencente à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem realizado pesquisa para caracterizar quais novas práticas têm sido utilizadas nas áreas de renovação dos canaviais brasileiros. Esse levantamento tem como principal objetivo identificar e quantificar o uso de técnicas mais modernas, aplicadas aos canaviais, partindo da hipótese que essas novas tecnologias estariam gerando melhores resultados agrícolas e aumentando a receita dos produtores.

Em 2020, esse levantamento foi respondido por 145 empresas produtoras de cana-de-açúcar em todo o Brasil, totalizando uma área de renovação superior a 715 mil hectares, distribuídos por 10 estados produtores. A área alcançada érecorde no Brasil para esse tipo de pesquisa.

O estado que gerou o maior número de respostas foi São Paulo onde 73 empresas responderam o questionário, amostra equivalente a 384 mil hectares, seguido de Minas Gerais (21 empresas e 72 mil hectares) e Paraná (16 empresas e 83 mil hectares), Goiás (16 empresas e 72 mil hectares) e Mato Grosso do Sul (10 empresas e 74 mil hectares).

Um dos principais temas estudados nessa pesquisa se referiu ao uso de nutrição foliar nas áreas de plantio. Inquiridas se usarão nutrição foliar nas áreas de renovação em 2020, 90% das empresas disseram que sim. Isso mostra o significativo avanço que essa técnica, já consagrada em diversas outras culturas, está alcançando nos últimos anos na canavicultura, chegando perto da unanimidade entre os produtores brasileiros.

Lançando um olhar mais crítico sobre os números levantados, percebe-se porém que esse avanço não ocorre de maneira uniforme em todas as regiões estudadas. Desse modo, enquanto nos estados de Goiás, Minas Gerais e na região de Jaú do estado de São Paulo, 100% das empresas pesquisadas disseram que utilizarão “nutrição foliar” em 2020, nas regiões de Ribeirão Preto (71% de respostas positivas), São José do Rio Preto (69%) e no estado do Mato Grosso do Sul (80%) essa tecnologia ainda não será adotada de maneira plena.

Analisando os fatores considerados restritivos para o uso da nutrição foliar, percebe-se que o custo da tecnologia ainda é o principal ponto destacado pelos produtores, indicado em 35% das respostas. Segue-se a esse, as citações relacionadas a dificuldade de operação, com 25% das respostas. Isso mostra que, como em todas novas tecnologias, existem pontos a serem melhorados nos próximos anos, próprio da curva de aprendizado.

Fonte: Jornal da Cana