IBGE prevê safra 5,7% menor que a de 2017 no país

Postado em 10/08/2018
Safra Milho

Soja, milho e arroz respondem, juntos, por 93% da produção nacional e 87% da área a ser colhida. IBGE passou a prever safra de feijão menor que a do ano passado.

A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2018 deve ser 5,7% menor que a do ano passado. É o que aponta a sétima estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (9).

De acordo com o levantamento, a safra deve chegar a 226,8 milhões de toneladas, 13,8 milhões a menos que em 2017.A área a ser colhida, no entanto, será de 61,2 milhões de hectares, 12,1 mil hectares a mais que no ano passado, o que equivale a um aumento de 0,02% da área.

Em relação à estimativa anterior (227,9 milhões de toneladas), feita em junho, a produção caiu 0,5% - queda de 18.848 hectares. A produção de milho é a principal responsável por esta queda na estimativa, conforme destacou o instituto.

"Apesar da queda, ainda é considerada uma safra muito boa. As condições climáticas de 2017 foram excelentes em várias regiões. Já este ano, o excesso ou a ausência de chuvas em algumas regiões provocam um pequeno prejuízo em relação ao ano passado", disse o gerente da pesquisa, Carlos Alfredo B. Guedes.

Guedes ressaltou que, apesar da queda na produção, os preços estão estáveis para a maioria dos produtos agrícolas.

"Do feijão, que é um produto que geralmente impacta nos índices de inflação, os preços estão estáveis desde o início do ano. Os preços do milho é que vêm subindo um pouco nos últimos meses, mas nada muito expressivo", disse.

A soja, segundo o pesquisador, é o produto que vem ganhando maior valor no mercado internacional em função das questões políticas envolvendo Estados Unidos e China, respectivamente maior produtor e maior consumidor da soja. Mas, ainda assim, Guedes ponderou que no mercado brasileiro o preço da soja não deve ter impacto inflacionário.

Segundo as estimativas do IBGE, arroz, milho e soja representam 93% da estimativa de produção agrícola no país e respondem, juntos, por 87% da área a ser colhida. Na comparação com o ano anterior, há um aumento de 2,5% na área de produção de soja e reduções de 7,1% na área de milho e de 5,4% na área de arroz.

Ainda segundo o levantamento, a produção de milho tende a ser 16,7% menor que no ano anterior. Já a de arroz deve ter queda de 7,3%, enquanto a de soja deve ser 1,2% maior.


Safra de feijão tem primeira queda no ano
A safra de feijão no Brasil este ano deve ser de 3,3 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 0,5% em relação à produção de 2017. "É a primeira vez que a gente está estimando uma safra de feijão menor que a do ano passado. Apesar da queda, é uma safra que abastece bem o mercado", afirmou o gerente da pesquisa, Carlos Alfredo B. Guedes.

Segundo o IBGE, esta queda na produção do feijão está relacionada à adversidades climáticas deste ano. As reduções mais significativas da safra do grão ocorrem na Bahia, Pará e São Paulo.


Distribuição regional da produção
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 100,5 milhões de toneladas; Sul, 74,5 milhões de toneladas; Sudeste, 22,8 milhões de toneladas; Nordeste, 20,4 milhões de toneladas e Norte, 8,6 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incremento de 14,0% na Região Nordeste e decréscimos de 6,9% na Região Centro-Oeste, de 5,1% na Região Sul, de 4,8% na Região Sudeste e de 2,9% na Região Norte.


Metodologia
Realizado mensalmente pelo IBGE, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é realizado a partir de informações coletadas junto às Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e, posteriormente avaliadas em nível nacional pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).


Fonte: G1