Talvez, no momento, as indústrias do Nordeste nem sintam o peso do distrato da usina Termelétrica Novo Tempo pelo Grupo Bolognesi, em função da recessão econômica. É que com a economia em baixa, essas empresas não têm como operar a todo vapor e a demanda por energia, no momento, está menor do que o esperado.

No entanto, no longo prazo, o que seria um diferencial competitivo para o Estado pode virar uma verdadeira pedra no sapato, pois o custo dessa energia pode subir na medida em que a economia voltar a responder positivamente. 

"Perdemos a oportunidade de trazer um terminal de regaseificação para cá, de fornecer um gás mais barato à indústria local", disse uma fonte do setor em reserva. Para o especialista na área de Petróleo e Gás, Wellington Santos, é possível que a deficiência nas linhas de transmissão do Nordeste tenha inviabilizado o projeto. "O custo desse projeto aqui seria muito maior que no Sudeste, por exemplo, que dispõe de toda uma infraestrutura", afirmou. 

No começo do ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) leiloou 7.400 quilômetros de linhas de transmissão em 20 estados, incluindo Pernambuco. O leilão foi dividido em 35 lotes, com investimento previsto de R$ 13,1 bilhões, e receita anual permitida máxima de R$ 2,7 bilhões. Por conta da ausência de linhas e atraso em projetos, a Chesf chegou a ser punida em R$ 7,4 milhões pela Aneel.

De acordo com os contratos previstos, os empreendimentos deveriam ter sido entregues em maio de 2014, mas, em função de dificuldades relacionadas à liberação de licenciamentos por parte de órgãos ambientais, os prazos foram se arrastando. A penalidade foi publicada em Diário Oficial da União. 
Fonte: folhape